É fácil falarmos hoje sobre o marketing de influência, mas nos anos 1980, o mercado era bem diferente e é o que o filme mostra.
Disponível no Prime Vídeo, o filme Air: a história por trás do logo apresenta a negociação entre a Nike e a família de Michael Jordan, atleta que estava no início da carreira. O filme é ótimo para lembrar antes da época em que o Chicago Bulls brilhava na NBA, aprender sobre negociação e também o Marketing de Influência. Neste texto, eu trouxe um pouco sobre a abordagem do filme e ao final apresento dicas para a sua marca investir no Marketing de Influência.
Aliás, outra dica é assistir The Last Dance (Arremesso Final aqui no Brasil), documentário disponível na Netflix e que conta o período de ouro do Chicago Bulls. Foram seis campeonatos conquistados entre 1991 e 1998 e a grande força motivadora foi Michael Jordan e a sua determinação com a equipe.
O grande lance de Air é justamente mostrar a busca da Nike por um atleta que representasse a marca dentro da NBA e as negociações com a família Jordan. Algumas até, nada habituais. Não é um filme sobre basquete, mas um filme sobre criar algo diferente e inovador. A cara da marca. Mas por que eles queriam um atleta da NBA?
A Nike já investia em esportes desde os anos 1960, se seu foco principal estava no desempenho dos atletas. Um dos principais esportes investidos era o futebol e equipes de corrida. Só que eles ainda precisavam entrar na NBA, o esporte mais popular dos Estados Unidos. E mais, precisavam concorrer com Adidas e Converse, marcas já consolidadas no esporte.
Imagine que incialmente Michael Jordan não era nem cotado. Hoje parece óbvio, mas na época não era. Jordan não era o melhor jogador, era apenas um novato magrelo que pouco se destacava e nem era um jogador considerado alto, mesmo com 1,91m de altura. Até que Sonny Vaccaro vê algo mais em Michael Jordan.
Sonny trabalhava na Nike justamente "caçando" possibilidades rentáveis e atletas influentes. Hoje é fácil pensar no marketing de influência, afinal o Instagram oportunizou novas formas de parcerias com estes profissionais, mas nos anos 1980 nada disso existia. Os grandes influenciadores eram atletas, atores, modelos e músicos e era altamente rentável para as marcas e uma aposta certeira. E foi isso mesmo, uma aposta, pois nunca se sabia quando um atleta poderia se lesionar e acabar de fora dos campeonatos.
Vale ressaltar que as negociações iam além do atleta, seus pais foram figuras fundamentais no processo, afinal Michael Jordan tinha apenas 21 anos. Viola Davis (impecável como sempre) interpreta Delores Jordan a mãe emblemática e figura central que acredita no filho mais do que todos, mas que sabe proteger o filho quando necessário.
E por que essa história virou filme? Porque ela mudou tudo, a Nike cresceu e muito com Michal Jordan e ele por sua vez, foi mais do que o rosto da marca. Pela primeira vez um atleta ganhava sobre a venda de cada tênis.
A parceria foi ainda mais longe, Jordan ainda participou da concepção de muitas edições que surgiram posteriormente. Ele literalmente vestia a marca como sendo dele, como em uma simbiose, e ambos cresciam exponencialmente. O marketing também foi arrojado, afinal quem não queria "Be like Mike". Muito do que estou contando aqui não é spoiler, é a história e ela não muda.
Enfim, Air: a história por trás do logo é uma aula de marketing e empreendedorismo e que vale a pena assistir.
Agora vou falar de algumas lições importantes que tirei do filme:
Marketing de Influência
Como citei anteriormente, investir em marketing de influência é fundamental para destacar sua marca, principalmente na área de esportes. Mas a minha dica é agir com cuidado e estudar muito o influenciador. Aliás, as redes sociais ampliaram exponencialmente o marketing de influência e a marca precisa ter um bom planejamento para saber em quem apostar. Trazendo para uma realidade mais pé no chão, mesmo que a negociação seja em peças de roupas, estadias em um hotel ou refeição em um restaurante, tem que ter em mente que se trata de uma negociação comercial e precisa apresentar resultados. Você precisa criar metas e metrificar resultados e com a tecnologia, isso é muito possível. Muito mais do que nos anos 1980.
Vestir a marca
Tem coisa pior do que investir em um influenciador e ele ser flagrado com um produto do concorrente? E isso acontece muito. Após fechar o acordo, Jordan vestiu a marca Nike com tudo. E ele tinha uma linha exclusiva com o nome dele: Air Jordan. E a participação não era apenas usando os tênis, mas também na construção de novas edições. O influenciador tem que ser mais do que uma cara, ele precisa representar o DNA do seu produto e acreditar nele. Isso vai ajudar muito no processso, acredite.
Negócios são negócios
Existem momentos em uma negociação que precisamos agir com calma e abrir mão do sentimento. A Nike não era a primeira opção de Michael Jordan, ele preferia a Adidas ou Converse, mas ele viu que ele seria só mais um. Ele sabia que podia fazer a marca crescer e não foi por menos que exigiu participação das vendas. Algo nada habitual na época. Era uma negociação e um dos lados precisava ceder, e a Nike cedeu. E o resto é história.
Risco Calculado
Apesar de não ter sido notado, o filme mostra algo muito comum no mundo dos negócios, o risco calculado. O que seria isso? Eu acredito que algo pode dar certo e estudo muito antes de investir. Este foi o papel de Sonny Vaccaro (interpretado por Matt Dammon), encontrar um atleta que representasse a marca e fosse o sucesso no faturamento. Apesar de ter dado certo, existia diversas possibilidades que podiam colocar tudo a perder, e esse é o risco. Eu sempre defendo que o empresário utilize os dados a seu favor e um pouco de instinto.
Conclusão
Air: a história por trás do logo é um filme excelente para você assistir. Com uma linguagem leve, ele retrata uma das maiores negociações de marketing de influência do mundo. Em meio a tantos influenciadores digitais, às vezes fica difícil saber como e com quem trabalhar. Foi por isso que destaquei algumas dicas para marcas que querem investir em nestes profissionais e encarar como uma negociação satisfatória para ambos. Recomendo a você estudar e entender o marketing de influência como uma das ferramentas para o destaque da sua marca. Colete dados, analise possibilidades e lembre-se: Não adianta de nada investir e não obter o retorno desejado. É uma aposta, mas utilize o risco calculado e tudo dará certo.
Gostou deste conteúdo? Agora me conta, você já trabalhou com marketing de influência ou influenciadores digitais?
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